sábado, 19 de maio de 2012

O PATRIMÓNIO GEOLÓGICO PORTUGUÊS. GEOCONSERVAÇÃO E GEOTURISMO

GEOTURISMO: o contacto com a natureza

O geoturismo compreende um novo segmento do turismo de natureza que surge com a intenção de divulgar o patrimônio geológico, bem como possibilitar sua conservação.

Tal atividade utiliza feições geológicas como atrativo turístico, divulgando a geodiversidade da região turística, sendo útil, portanto, para promover a associação com as atividades de ecoturismo, unindo, assim, a bio e a geodiversidade. Contudo, é preciso educar para proteger e na comercialização desse segmento do turismo deve ser observada a venda do produto com cuidado, preparando o geoturista na questão da educação e da interpretação ambiental.

O Conceito de GeoturismoA terminologia “geoturismo” passou a ser comumente utilizada a partir de meados da década de 90 e uma primeira definição amplamente divulgada foi elaborada por Hose (1995) como sendo: “a provisão de serviços e facilidades interpretativas que permitam aosturistas adquirirem conhecimento e entendimento da geologia e geomorfologia de um sítio (incluindo sua contribuição para o desenvolvimento das ciências da Terra), além de mera apreciação estética”.

Mais recentemente, Ruchkys (2005) definiu o geoturismo como sendo:“um segmento da atividade turística que tem o patrimônio geológicocomo seu principal atrativo e busca sua proteção por meio da PUC Minas – Revista de Turismo – conservação de seus recursos e da sensibilização do turista, utilizando, para isto, a interpretação deste patrimônio o tornado acessível ao público leigo, além de promover a sua divulgação e o desenvolvimento das ciências da Terra”.

A geodiversidade é tão importante quanto a biodiversidade, porém as ações que contribuem para a conservação da natureza estão preocupadas unicamente com os seres vivos. Acredita-se que a atividade turística, se bem orientada, possa contribuir para a proteção do patrimônio por meio da sensibilização do turista em relação à importância dos atrativos que visita.

É preciso educar para conservar e na comercialização do turismo deve ser observada a venda do produto com cuidado, preparando o geoturista na questão da educação ambiental. Praticado de maneira mal planejada, esse tipo de turismo pode se transformar em um instrumento de degradação ambiental, ao invés de ser uma ferramenta para a conservação.

O geoturismo em Portugal

O Geoturismo é já uma realidade em Portugal. Geoturismo é mais do que uma viagem de passagem. Envolve as comunidades locais na oferta que é disponibilizada ao visitante, garantindo uma experiência autêntica e enriquecedora. O Geoturismo familiariza os turistas com a cultura e as tradições locais e oferece em profundidade oportunidades de apreciar a beleza natural e a biodiversidade únicas da região.

 imagens disponiveis em http://passear.com/2010/10/geoturismo/ 
   
                              
Imagem mostrando um roteiro de lazer
Roteiros  Slow Food


Rota dos Mármores – Rede Lenta de Percursos Geoturísticos: tendo como ponto de partida o enquadramento geológico regional (anticlinal de Estremoz) e a indústria de rochas ornamentais aí instalada, permite uma leitura integrada do território (e.g. recursos, ocupação humana, ambiente), com o auxílio de diversos percursos que abordam, entre outros, espaços (e.g.monumentos, pedreiras, cantarias, tabernas, fornos de cal, olivais, núcleos urbanos), sabores,geoturismo, desenvolvimento sustentável,Slow Food e técnicas de orientação (Lambertoet al.,2003);

A geologia da Região dos Três Castelos de Sebastião da Gama: aproveitando o «CircuitoTurístico da Região dos Três Castelos», criado pelo poeta de Azeitão Sebastião da Gama, em1949, o roteiro salienta a geologia da região e, em particular, os locais com especial interessegeológico e mineiro, como o Cabo Espichel, o Vale de Sesimbra ou a Arrábida (Caetanoet al .,2009b), e integra outras áreas do saber, como a enogastronomia, a cultura e a história;

Geologia no Almada Forum: visita guiada pelo edifício deste centro comercial, podendoobservar-se a variedade de tipos de rochas ornamentais, em grande parte portuguesas,aplicados no exterior e interior do edifício, bem como em diversas lojas, com identificação dasvárias rochas utilizadas, em termos de tipo litológico, proveniência, idade e tipo de aplicação(Caetanoet al., 2003);

Geologia Eclesiástica, dos Prazeres aos Anjos: percurso efectuado pelo eléctrico 28E, dos Prazeres aos Anjos, para observar georrecursos culturais urbanos, em especial ocorrências depedra natural aplicadas em edifícios eclesiásticos de Lisboa (e.g. Basílica da Estrela, igrejasdo Chiado e Sé), aproveitando-se simultaneamente para abordar aspectos geológicoscomplementares, que podem também considerar-se como georrecursos culturais urbanos, eoutras áreas do saber (e.g. história, arte, arquitectura) (Caetanoet al., 2009a);

Geologia Eclesiástica no Hotel Convento do Espinheiro: o conjunto de pedras usadas na construção e ornamentação do histórico Mosteiro de N. Sra. do Espinheiro e o seu enquadramento geológico e património edificado são o fio condutor de um inovador roteiro de cariz geológico e histórico, ao qual não faltam aspectos como a ocupação do território, práticas agrícolas e gastronómicas e o enquadramento do movimento Slow Food .

O roteiro slow food centra-se na intenção de divulgar, de uma forma cientificamente correcta e simultaneamente apelativa (simples e acessível), e para um público alargado, conhecimentos de cariz geológico e mineiro, e a sua relaçãocom outras áreas do saber (e.g. geografia, fauna e flora, história, gastronomia). Procurando-se uma aproximação integrada, a Geologia e as rochas ornamentais são o ponto de partida para a leitura ecompreensão do território e de muitos dos seus diversos espaços e paisagens, possibilitando adefinição de novos produtos turísticos sustentáveis.
Os itinerários geoturísticos slow, pretendem valorizar o território onde se inserem. Nestes itinerários,  o   património geológico surge como ferramenta essencial para a leitura dos espaços e como factor indutor de desenvolvimento e promoção turística. Promove a integração e o usufruto de paisagens, saberes e sabores de cada região, de uma forma lenta, respeitadora e valorizadora das comunidades locais edo território envolvidos, tendo sempre presente conceitos queridos ao movimento Slow , como alentidão, o convívio, os produtos locais e sazonais, os alimentos bons, limpos e justos.

    A promoção da conservação do patrimônio geológico é um dos maiores desafios da comunidade de geociências neste século XXI. Isto se faz necessário uma vez que os minerais, as rochas, os fósseis, o relevo e as paisagens atuais são o produto e o registro da evolução do planeta ao longo do tempo e, como tal, é parte integrante do mundo natural.

 Referencias
Brilha J.B.R. 2005. Patrimônio Geológico e Geoconservação: a Conservação da Natureza nasua Vertente Geológica. Palimage Editora, 190p.
UNESCO 2004. World Geopark. Disponível em: http://www.worldgeopark.org/.
Sharples C. 2002. Concepts and Principles of Geoconservacion. Disponível em:
http://www.dpiwe.tas.gov.au/inter.nsf/. Acesso em: 18  Maio 2012
Geologia. Disponível em: 
http://www.tecnet.pt/portugal/19827.html.
Geoturismo. Disponivel em:http://passear.com/2010/10/geoturismo/  acesso 18 Maio 2012
Geoparques de Portugal.Disponivel em :http://www.greenwalk.org.pt/pt/index.html

Geoturismo Slow w rochas ornamentais. Disponivel em: http://pt.scribd.com/doc/46250625/Geoturismo-Slow-e-Rochas-Ornamentais-2
Movimento slow. Disponivel em: http://movimientoslow.com/pt/filosofia.html

sexta-feira, 11 de maio de 2012

O novo paradigma de conservação da Natureza - a geoconservação


           A conservação do meio natural implica o recurso a um conjunto de medidas e ações com vista a manter ou recuperar o valor natural de um determinado lugar ou elemento natural. 
Nas últimas décadas surge, por iniciativas internacionais promovidas pela União Internacional das Ciências Geológicas (IUGS), pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e pela Associação Europeia para a Conservação do Património Geológico (ProGEO), uma nova corrente de pensamento que propõe uma abordagem das temáticas relacionadas com a proteção e conservação da Natureza, considerando que lugares cujas ocorrências geológicas possuem inegável valor científico, pedagógico, cultural, turístico ou outros o os geossítios o devem ser conservados. O conjunto de geossítios identificados numa dada região ou num país constitui o seu património geológico (Brilha, 2005). 


Quando se trata de gerir e conservar especificamente elementos geológicos de relevância, ou locais cujos valores da geodiversidade estão acima da média, o processo designa-se por geoconservação. Este processo consiste num conjunto de  técnicas  e medidas que visam assegurar a conservação (incluindo a reabilitação) do património geológico e da geodiversidade, baseadas na  análise dos seus valores intrínsecos, sua vulnerabilidade e nos seus perigos de degradaçãor (Carcavilla  et al., 2007). A geoconservação propõe conservar elementos geológicos, com valor de exceção, da mesma forma que a conservação da biodiversidade prevê conservar espécies que ostentam características de exceção.
A geodiversidade está inerente a todos os processos bióticos da Natureza (Wimbledon, 1996). Segundo Sharples (2002) um processo de conservação da Natureza só será bem conseguido, se englobar a conservação da biodiversidade e da geodiversidade.


Os primeiros geoparques foram criados na Europa, no ano de 2000, aonde vem se disseminando com mais rapidez. Desde a criação da Rede Global de Geoparques pela das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), em 2004, foram implantados em todo o mundo, 67 geoparques, todos reconhecidos e passando por avaliações periódicas.


A criação de um geoparque pretende estimular a sustentabilidade econômica das comunidades locais. As atividades econômicas baseadas na geodiversidade podem ser de diversos tipos, desde a produção de artesanato à criação de atividades comerciais de apoio ao visitante do geoparque tais como alojamento, alimentação, animação cultural, etc.


A geoconservação representa um novo modelo de conservação da natureza, baseado no uso sustentável de elementos do meio físico e na valorização das culturas locais, que vem sendo difundido em diversos locais do planeta Terra, como um instrumento de valorização e conservação do patrimônio geológico, através da filosofia dos geoparques, desempenhando assim um papel ativo na consolidação do desenvolvimento regional sustentável (Figura-01).





Apoio


RILHA, J.B.R. Patrimônio geológico e geoconservação: a conservação da natureza na sua vertente geológica. São Paulo: Palimage editora, 2005, 190p.


AZEVEDO, Úrsula Ruchkys de. Patrimônio geológico e geoconservação no Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais: potencial para a criação de um geoparque da

Ameaças a Geodiversidade

Geodiversidade é a variação natural dos aspectos geológicos (rochas, minerais, fósseis), geomorfológicos (formas e evolução de relevo) e do solo.(ARAÚJO,2005).
As principais ameaças ao património geológico decorrem principalmente da falta de conhecimento de sua importância estando ele restrito a apenas um pequeno grupo de especialistas das Ciências da Terra; outra ameaça é a falsa impressão que se tem de que as rochas são resistentes não necessitando de medidas de conservação e proteção, quando na verdade elas são muito vulneráveis à ação do tempo e do homem (BRILHA, 2005).
Ainda:
 .Exploração de recursos geológicos ao nível da paisagem ou mesmo de afloramento como pedreiras;
· Desenvolvimento de obras e estruturas de engenharia como aterros e barragens;
· Gestão de bacias hidrográficas sem considerar o substrato geológico;
· Desflorestação, florestamento, reflorestamento, agricultura e pecuária;
· Actividades militares e guerras;
· Actividades recreativas e turisticas se não orientadas e fiscalizadas;
· Recolha de amostras para fins não científicos;
· Iliteracia cultural

Para minimizar as ameaças à geodiversidade não basta estabelecer limites à exploração dos recursos, reduzindo planos de lavra e elaborando planos de requalificação; importaria descobrir o verdadeiro custo dos produtos resultantes dessa exploração ponderando o valor económico em conjunto com o valor científico, estético, patrimonial, cultural e recreativo, o que eventualmente levaria à descoberta de outros materiais de substituição, menos agressivos para a geologia e assim se conseguiria reduzir a pressão na sobre exploração dos recursos geológicos.

Geodiversidade

Referencias
Brilha,G.B.R.(2005). Património Geológico e Geoconservação, A conservação da Natureza na sua vertente Geológica, Palimage Editores, Viseu

terça-feira, 8 de maio de 2012

GEODIVERSIDADE. CONCEITO E VALORES

GEODIVERSIDADE. CONCEITO E VALORES



conceito de geodiversidade é relativamente novo.
           Sua utilização se inicia a partir dos anos de 1990, consolidando-se ao longo dos últimos anos dessa década. Na literatura internacional, a geodiversidade tem sido aplicada com maior ênfase aos estudos de geoconservação. Nesse sentido, destacam-se os estudos destinados à preservação do património natural, tais como monumentos geológicos, paisagens naturais, sítios paleontológicos.

 Eberhard (1997) introduz o conceito de geodiversidade com esse viés, definindo-o como “a diversidade natural entre aspetos geológicos, do relevo e dos solos”. Cada cenário da diversidade natural (ou paisagem natural) estaria em constante dinâmica por meio da atuação de processos de natureza geológica, biológica, hidrológica e atmosférica. Gray (2004) concebe uma definição bastante similar; todavia, estende sua aplicação aos estudos de planejamento territorial, ainda que com ênfase destinada à geoconservação.

 

Stanley (2001) já apresenta uma conceção mais ampla para o termo “geodiversidade”, em que as paisagens naturais, entendidas como a variedade de ambientes e processos geológicos, estariam relacionadas a seu povo e a sua cultura. Desse modo, o autor estabelece uma interação entre a diversidade natural dos terrenos (compreendida como uma combinação de rochas, minerais, relevo e solos) e a sociedade, em uma aproximação com o clássico conceito lablacheano de “gênero de vida”.

Veiga (1999), por sua vez, enfatiza o estudo das águas superficiais e subterrâneas nos estudos de geodiversidade. Para o autor, a geodiversidade “expressa as particularidades do meio físico, compreendendo as rochas, o relevo, o clima, os solos e as águas, subterrâneas e superficiais, e condiciona a morfologia da paisagem e a diversidade biológica e cultural”. Em síntese, pode-se considerar que o conceito de geodiversidade abrange a porção abiótica do geossistema (o qual é constituído pelo tripé que envolve a análise integrada de fatores abióticos, bióticos e antrópicos). Esse reducionismo permite, entretanto, ressaltar os fenômenos geológicos em estudos integrados de gestão ambiental e planeamento territorial.

A geodiversidade está inerente a todos os processos bióticos da Natureza (Wimbledon, 1996). Segundo Sharples (2002) um processo de conservação da Natureza só será bem conseguido, se englobar a conservação da biodiversidade e da geodiversidade.

A biodiversidade está assentada sobre a geodiversidade e, por conseguinte, é dependente direta desta, pois as rochas, quando intemperizadas, juntamente com o relevo e clima, contribuem para a formação dos solos, disponibilizando, assim, nutrientes e micronutrientes, os quais são absorvidos pelas plantas, sustentando e desenvolvendo a vida no planeta Terra.

Geoconservação

São áreas relevantes da superfície do planeta, para o conhecimento geológico e seu avanço ou únicas num dado espaço geográfico, para serem protegidas.

 Sharples (2002) resume o conceito de Geoconservação, desta forma: “A Geoconservação
tem como objectivo a preservação da diversidade natural (ou geodiversidade) de significativos aspectos e processos geológicos (substrato), geomorfológicos (formas de paisagem) e de solo, mantendo a evolução natural (velocidade e intensidade) desses aspectos e processos”.A geoconservação tem como objectivo a conservação e gestão do Património Geológico e processos naturais a ele associados.


 Geossítio - ocorrência de um ou mais elementos da geodiversidade (aflorantes quer em resultado da acção de processos naturais quer devido à intervenção humana), bem delimitado geograficamente e que apresente valor singular do ponto de vista científico, pedagógico, cultural, turístico, ou outro.

Património Geológico - é definido pelo conjunto dos geossítios inventariados e caracterizados numa dada área ou região.

 Consultas
http://geoconservation.blogspot.com/2006/05/humanizao-das-rochas-ii.html
Brilha, José, Pereira, Paulo e Pereira, D.I. (2007), Particularidades do Património Geológico em Áreas Cársicas. Simpósio Ibero-Americano Sobre património Geológico, Arqueológico e Mineiro em Regiões Cársicas, Batalha. Disponível em http://www.dct.uminho.pt/docentes/pdfs/jb_carso.pdf. Acedido a 6 de Maio de 2012

terça-feira, 17 de abril de 2012

Receita de picadinho de tartaruga


Ingredientes
 1 limão cortado em 4 partes
 1 litro de águaImage
 1,2kg de filés de tartaruga
 4 dentes de alho inteiros
 Pimenta do reino a gosto
 Sal a gosto
 1/3 xícara (chá) de azeite
 2 cebolas picadas
 4 dentes de alhos picados
 3/4 xícara (chá) de extrato de tomate
 15 folhas de alfavaca rasgadas
 4 xícaras (chá) de água
 1 1/3 xícara (chá) de ervilhas frescas

Modo de preparo
 No liquidificador, bata o limão com a água.
 Coe, adicione 4 dentes de alho inteiros, pimenta do reino e o sal.
 Deixe os filés de tartaruga nesse tempero por 20 minutos.
 Tire os filés, enxague-os e corte-os em cubinhos.
 Em uma panela, aqueça o azeite e refogue a cebola e o alho picado.
 Acrescente a carne e misture.
 Acrescente o extrato de tomate e a alfavaca picada.
 Adicione a água e cozinhe por cerca de 40 minutos, até o molho ficar espesso.
 Acrescente as ervas frescas, cozinhe por mais 5 minutos e sirva.
Rendimento: 6 porções

Tempo de preparo: 1 hora e 10 minutos

Dificuldade: Média

Porquê, Porquê,Porquê e Porquê


 
Com tanta outras variedades tinhas que escolher a carne da tartaruga?

    "Tartarugas marinhas estão entre as espécies as mais ameaçadas do mundo. A maior ameaça a elas é o roubo dos ovos, a destruição das áreas de reprodução e a pesca, por acidente, em redes, ou para uso culinário".

Proteger para não comer mais.

 O cenario de Cabo Verde


Embora todas as espécies de tartarugas marinhas sejam oficialmente protegidas de acordo com as leis de Cabo Verde, estas estão expostas a múltiplas ameaças. As ameaças principais são a matança de fêmeas de tartaruga boba (Caretta caretta) quando estas vêm as praias a desovar, e a destruição da sua praia de desova devido á construção descontrolada como resultado de um desenvolvimento turístico rápido e massivo.
    As tartarugas marinhas boba estão ameaçadas de extinção – tal como todas as outras espécies - e alistadas no apêndice I da CITES (a convenção que regula o comércio internacional de espécies de fauna e flora em vias de extinção) assim como na lista vermelha do IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza). A população reprodutora de tartaruga marinha boba em Cabo Verde é estimada como a terceira maior população no mundo após as populações de Oman e do sudoeste da Florida, nos Estados Unidos. Até 90% da desova desta espécie ocorre na ilha da Boavista, a maior das ilhas orientais com uma área de aproximadamente 620 km.

Graças a projectos como:


 A SOS Tartarugas  patrulha as praias do Sal, em alguns casos retirando ovos depositados em zonas de risco e colocando-os em incubadoras. Campanhas de sensibilização para o risco dos veículos nas praias, voluntariado, actividades e melhor de todos é o engajamento das entidades da aliança e parcerias com o governo local, outras organizações não governamentais para a conservação, e mais importante ainda, com a comunidade local.

terça-feira, 10 de abril de 2012

BIODIVERSIDADE- Suporte da vida na terra

As ameaças à biodiversidade continuam a surgir a cada passo que damos. Qual é, na sua opinião, o principal ou os principais fatores de ameaça à biodiversidade?
Três razões principais justificam a preocupação com a conservação da diversidade biológica. Primeiro porque se acredita que a diversidade biológica seja uma das propriedades fundamentais da natureza, responsável pelo equilíbrio e estabilidade dos ecossistemas. Segundo porque se acredita que a diversidade biológica representa um imenso potencial de uso econômico, em especial pela biotecnologia. Terceiro porque se acredita que a diversidade biológica esteja se deteriorando, inclusive com aumento da taxa de extinção de espécies, devido ao impacto das atividades antrópicas.

Quais as principais ameaçam à biodiversidade?

Para as taxas alarmantes de degradação de habitats e de extinção de espécies, identificam-se as seguintes ameaças à biodiversidade:

Perda e fragmentação de habitats- A mudanças na utilização dos solos, que fragmentam, degradam e destroem os habitats. Esta mudança de afetação deve-se, principalmente, ao crescimento demográfico e ao aumento do consumo por habitante, dois fatores que irão intensificar-se no futuro e gerar maiores pressões;

Contaminação da água, do solo e da atmosfera por poluentes- As alterações climáticas, que destroem certos habitats e organismos, perturbam os ciclos de reprodução, obrigam os organismos móveis a deslocar-se, entre outras ações que matam e corrompem os seus habitares. Por exemplo: Na Suécia, a poluição e a acidez das águas impede a sobrevivência de peixes e plantas em quatro mil lagos do país;
  • Introdução de espécies exóticas- Espécies exóticas invasoras desconhecidas podem contribuir para a extinção das espécies endémicas;

  • Exploração excessiva de espécies de plantas e animais- A exploração excessiva de algumas espécies também pode causar a sua completa extinção. Por causa do uso medicinal de chifres de rinocerontes em Sumatra e em Java, por exemplo, o animal foi caçado até o limiar da extinção;
  •  Outras pressões importantes são a sobre exploração dos recursos biológicos; a difusão de espécies alóctones invasivas; a poluição do ambiente natural e dos habitats; a mundialização, que aumenta a pressão devida ao comércio, e a má governação (incapacidade de reconhecer o valor económico do capital natural e dos serviços ecossistémicos);
  •  Uso de híbridos e monoculturas na agroindústria e nos programas de reflorestamento;

  • Corte e colheita de produtos florestais é uma grande ameaça às áreas de floresta Controlo do fluxo através de Barragens tem um impacto negativo na biodiversidade;

  • A caça (para subsistência ou troféus) é contínua e quase incontrolável em algumas regiões da Angola,  Africa do Sul, . A insegurança que esta situação representa prejudica a gestão das áreas protegidas e a prevenção da caça ilegal;
  •  Limites de parques, fronteiras internacionais e assentamentos humanos, particularmente ao longo dos rios, bloqueiam as rotas anuais de migração dos animais;
A biodiversidade deve ser protegida devido, pelo valor intrínseco: a natureza está na base de numerosas atividades recreativas, turísticas e culturais; pelos serviços ecossistémicos que presta: a natureza fornece-nos os elementos necessários à nossa vida e ao nosso bem-estar (alimentos, medicamentos, água, ar, etc.). Existe um limite para a capacidade de substituição, pelo engenho humano e pela tecnologia, desses serviços naturais.
Para além disso, o valor da informação genética que reside nas espécies conhecidas e desconhecidas da ciência poderão vir a desempenhar um papel importante no futuro, aumentando a resistência dos ecossistemas à perturbação humana.
A diversidade biológica está presente em todo lugar: no meio dos desertos, nas tundras congeladas ou nas fontes de água sulfurosas. A diversidade genética possibilitou a adaptação da vida nos mais diversos pontos do planeta. A biodiversidade varia com as diferentes regiões ecológicas, sendo maior nas regiões tropicais do que nos climas temperados. As plantas, por exemplo, estão na base dos ecossistemas. Como elas florescem com mais intensidade nas áreas húmidas e quentes, a maior diversidade é detetada nos trópicos, como é o caso da Amazônia e sua excecional vegetação.


 
Millennium Ecosystem Assessment (2005) "Causes of Biodiversity change", pp. 8-10.
Millennium Ecosystem Assessment (2005) "What are the current trends and drivers of biodiversity change and their trends", pp. 42-59
http://www.slideshare.net/Grupo2apcm/principais-ameaas-biodiversidade-6433535
http://www.cmodemira.pt/PT/Viver/Ambiente/DesenvolvimentoSustentavel/Biodiversidade/Paginas/default.aspx
http://www.duke.edu/~mmv3/biocon/documents/04_Ameacas1.pdf

”A conservação da natureza talvez seja uma pré-condição do crescimento económico, já que o consumo futuro depende em grande parte do enfoque de capital natural. A conservação é, sem dúvida nenhuma, uma pré-condição de desenvolvimento sustentável, que une o conceito ecológico da capacidade de sustentação aos conceitos económicos de crescimento e de desenvolvimento”
                                                                                                          A. McNeely Jeffrey, 1988

terça-feira, 20 de março de 2012


Cagarra é a designação comum dada às aves procelariformes do género Calonectris. Os seus parentes mais próximos, dentro da família Procellariidae são as pardelas.
As cagarras são aves marinhas de corpo fusiforme e asas longas. A sua plumagem é escura (cinzenta ou acastanhada) no dorso e branca na zona da barriga.
As cagarras são aves migratórias de longa distância, que passam a maior parte da vida voando sobre os oceanos de águas temperadas a frias. O seu único contacto com terra é na época de reprodução, quando se reunem em ilhas e áreas costeiras para nidificar em zonas rochosas.


Biodiversidade, conceito e valor


BIODIVERSIDADE =   BIO (Vida) + DIVERSIDADE (Variedade) = DIVERSIDADE BIOLÓGICA

É a variabilidade existentes entre todos os organismos vivos, incluindo, terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos, bem como os complexos ecológicos de que fazem parte (CBD, 1992);
Compreende a diversidade dentro da espécie, entre espécies e de ecossistemas (CBD, 1992).

Importância da Biodiversidade
·         A diversidade biológica possui, além de seu valor natural:
·         Valor ecológico
·         Genético
·         Social
·         Económico
·         Científico
·         Educacional
·         Cultural
·         Recreativo
·         Estético

A Biodiversidade inclui a totalidade dos recursos vivos, dos recursos genéticos e dos seus componentes.

Em todo o planeta os ecossistemas são únicos e apenas parcialmente comparáveis, o que prova que a Biodiversidade não está distribuída de igual modo pela Terra e que não é estática, está em permanente evolução – positiva ou negativa. Hoje em dia estamos privados da existência de muitas plantas e animais que não foram protegidos a tempo e desapareceram da face da Terra, e muitos deles por culpa do Homem.